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quarta-feira, 30 de abril de 2008
Oposição atribui pesquisa à agenda de Lula.
A oposição reagiu aos resultados da pesquisa CNT/Sensus, que apontam que 57,5% dos entrevistados consideram positivo o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto 50,4% são favoráveis que ele tenha um terceiro mandato. Para o DEM, PSDB, PPS e P-SOL, os entrevistados foram influenciados pela intensa agenda de Lula nos últimos meses e também por uma espécie de campanha de seus aliados em favor da extensão do governo - o terceiro mandato.
O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), disse que "há uma confusão na cabeça das pessoas" entre aspectos positivos causados pelo cenário econômico internacional e ações do governo. Segundo ele, essa confusão também colabora para que muitos apóiem o terceiro mandato. "Essas duas avaliações, mostradas na pesquisa, já eram esperadas. O presidente Lula gasta a maior parte de seu tempo destacando o que faz no governo", afirmou Maia. Irônico, Maia disse que Lula não vai permitir que se mude a Constituição para ocorrer um terceiro mandato. "O presidente da República vai honrar sua tradição democrática."
Da mesma maneira pensa o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP). Para Aníbal, os entrevistados avaliaram o governo federal a partir do que ocorreu nos últimos dois meses e os atos públicos de Lula. Segundo o tucano, o apoio a um eventual terceiro mandato de Lula ocorre na "carona" da avaliação positiva do governo federal. "Essa proposta não se sustenta porque não há nada que se justifique no governo para isso, a logística do Estado está em frangalhos, assim como a infra-estrutura federal. Isso é que vai ser analisado", disse Aníbal.
Os governistas comemoraram as conclusões da pesquisa. Para os aliados, a avaliação positiva do governo Lula é sinal de reconhecimento das ações federais. Mas negam qualquer estímulo a uma eventual mudança na Constituição que propicie um terceiro mandato de Lula.
"O apoio de mais de 50% dos entrevistados a um terceiro mandato é uma referência positiva. Mas nada fará com que o governo queira modificar a Constituição para poder ocorrer um terceiro mandato. Isso está fora de cogitação", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), também negou que o apoio dos entrevistados a um eventual terceiro mandato estimule o governo a defender a proposta para que Lula estenda seu período no governo. "(Este assunto) não está na pauta do governo. Não vamos alterar a Constituição. Não há possibilidade de isso ocorrer", disse ele.
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