A fronteira entre o Brasil e a Venezuela, na BR-174, foi fechada ontem por três horas e meia, das 11h30 às 15h, por caminhoneiros brasileiros. O bloqueio foi feito em Pacaraima. Uma carreta carregada com telha asfáltica, um cavalinho e barricadas foram usadas para interditar o único acesso aos dois países.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Roraima, Valcir Peccini, a interdição é em protesto à prisão de sete motoristas brasileiros, que estão detidos desde sexta-feira passada em presídios na cidade de San Félix. Um deles é considerado de segurança máxima. Além das pessoas, 19 carretas carregadas de alumínio, calcário, telha e carvão também estão retidas. Eles são acusados de contrabando.
Ainda segundo o presidente, a intenção era que logo as autoridades venezuelanas soubessem do protesto, resolvessem interceder pelos presos e por libertá-los. “Acredito que no máximo em duas horas isso tudo esteja resolvido. É nossa expectativa”, disse durante a manifestação. Apesar de seu otimismo, os brasileiros continuavam presos até o fechamento desta matéria.
Nas três horas e meia, ninguém atravessou de carro. Dezenas de moradores e turistas de Pacaraima e de Santa Elena de Uairén ficaram retidos na rodovia, impedidos de ir e vir com seus veículos.
Aqueles que estavam de táxi resolveram seguir seu destino a pé. Devido o horário, muitos venezuelanos que optam em almoçar em Pacaraima e brasileiros que estavam fazendo compras em Santa Elena se aglomeraram no local onde os veículos foram estacionados.
O senador Mozarildo Cavalcanti, que também esteve no local, disse que vai usar de mecanismos legais para interceder pelos brasileiros. “Isso só reforça meu posicionamento quanto à entrada da Venezuela no Mercosul. Não há segurança judiciária e tarifária. O Brasil não pode ficar omisso num quadro como esse. É constrangedor, quem está pagando o pato somos nós”, reclamou.
O deputado federal Márcio Junqueira também participou do protesto. Foi ele quem articulou a liberação da rodovia pedindo uma “trégua” aos manifestantes.
MATERIA - FOLHA BV.
FOTOS - FRANCILENO.
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