Pássaro da Amazônia é vendido por US$ 120 mil
O galo-da-serra (Rupicola) e o rouxinol do Rio Negro (Icterus chrysocephalus) são dois pássaros pouco conhecidos da maioria dos brasileiros. Mas no Japão, estas e outras espécies existentes na Amazônia são valiossímas. Considerado a Monalisa do tráfico, o rouxinol contrabandeado dos seringais da Amazônia é vendido pela bagatela de US$ 120 mil (R$ 261,2 mil) no lucrativo mercado internacional da biopirataria e do tráfico de animais.
A revelação foi feita por José Leland Juvêncio Barroso, analista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no Amazonas , em depoimento à CPI da Biopirataria, em 2005.
Além dos pássaros, segundo Leland, os biopiratas têm levado da Amazônia essências de plantas, microorganismos, peixes ornamentais, solo e até amostras de água dos rios amazônicos. Isso sem falar no sangue dos índios já à venda na rede mundial de computadores.
Para o professor Gonzalo Enriquez, da Universidade Federal do Pará (UFPA), o crescimento da biopirataria na Amazônia resulta da “inércia governamental que tornou o Brasil refém dos detentores das tecnologias de ponta, que buscam de forma arbitrária a transferência de recursos genéticos para suas indústrias, principalmente a farmacêutica”.
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