domingo, 23 de agosto de 2009

HISTORIA DE SUCESSO.




O blog traz uma entrevista do Radialista Decio Neves,ele é uma dos grandes radialistas que o RN ja conheceu, ele agora esta na cidade de João Pessoa na Paraiba.

Decio esteve em Mossoro e concedeu uma entrevista ao portal no momento.com.

Confira.


Casado, duas filhas e atualmente, integrante da Polícia Federal, ele já foi um dos melhores comunicadores do rádio de Mossoró. Décio Neves, atualmente residindo em João Pessoa (PB), visita Mossoró. E ao portal Nomomento.com – Coluna Mídias.com – fala de experiências em rádios como Gazeta do Oeste, de Areia Branca (RN), FM 94 e FM 105, de Mossoró (RN), Rádio Poti, Natal (RN) e rádios Tempo FM e Uirapurú AM, de Fortaleza (CE). Nesta entrevista, Décio Neves também recorda sua passagem pela televisão na TV Ponta Negra, de Natal.

Mídias.com - Décio Neves, como foi o início no rádio?

Décio Neves - Inicie ouvindo nomes como Duarte Neto, J. Belmont, Carlos Augusto (hoje na Rádio Verdes Mares). A partir daí surgiu à vontade de ser um comunicador. Também gostaria de citar Diassis Linhares, que foi a primeira pessoa a me incentivar.

Mídias.com - Como foi o seu primeiro contato com o microfone?

Décio Neves - Foi na Rádio Tapuyo de Mossoró, através de uma oportunidade dada pela então diretora da emissora, Maria Auzir. Eu havia acabado de servir ao Exercito como aluno do curso de formação de preparação de oficiais da reserva. Tinha feito estágio na tropa como aspirante oficial e aprovado no Curso de Edificação da Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte (ETFERN), hoje IFRN.

Mídias.com - Então, você fez opção pelo rádio?

Décio Neves - Realmente, mesmo tendo sido aprovado no curso do Cefet, em Natal, preferi voltar para Mossoró e ingressar no rádio.

Mídias.com - Qual foi o primeiro programa que você apresentou?

Décio Neves - Na Rádio Tapuyo comecei apresentando noticiários de hora em hora, em toda a programação. Os apresentadores eram Duarte Neto, pela manhã e Cid Campos pela tarde. Aos sábados, comecei a fazer um programa musical com Elias Pereira.

Mídias.com - Qual a experiência seguinte?

Décio Neves - Na sequência recebi um convite de Canindé Queiroz, para ir comandar a programação da Rádio Gazeta do Oeste em Areia Branca (RN). Acabara de ser aprovado em Matemática, na Uern, em Mossoró e durante o dia trabalhava na Rádio Gazeta. Morava lá mesmo.

Mídias.com - Além de dirigir a programação, também apresentava programa?

Décio Neves - Na verdade eu era o apresentador do horário da manhã.

Mídias.com - Quanto tempo passou na Gazeta do Oeste?

Décio Neves - Cerca de um ano.

Mídias.com - Em seguida você foi contratado pela Rádio Resistência, então FM 94, de Mossoró?

Décio Neves - Sim. Veio uma equipe comandada por Will Nogueira, que era diretor de programação da Rádio FM 93, de Fortaleza (CE). Ele foi contratado para formar a primeira equipe. Em seguida, deixou dois locutores aqui, que eram Paulo Martins e Fernando Roberto. Ficaram comandando a programação. Apresentei o Só Sucesso e as Mais-Mais, na parte da manhã.

Mídias.com - Como foi à experiência?

Décio Neves - A experiência foi boa. Tinha uma expectativa boa, já que a gente cresceu ouvindo o rádio de Fortaleza. Na época, a grande atração em Mossoró, era um bar chamado Toinho do FM, onde se podia ouvir algumas rádios FM de Fortaleza.

Mídias.com - O que o levou a deixar a FM 94?

Décio Neves - Foi exatamente por não ter tido minhas expectativas atendidas pela forma de trabalho na rádio, pois achava que se podia crescer e não ficar apenas copiando um modelo da FM 93 de Fortaleza. Eu achava que nós tínhamos outra realidade em Mossoró e que se poderíamos crescer.

Mídias.com - A direção dos cearenses não permitiu que você e outros locutores mudassem do script?

Décio Neves - Realmente, a direção de programação tinha umas imposições, com as quais eu não concordei.

Mídias.com – Como foi sua saída da emissora?

Décio Neves - Sem qualquer confronto. Como não me satisfazia fazer aquela comunicação robotizada, repetitiva e sem condições de criação, então pedi para sair.

Mídias.com - Da FM 94, foi para onde?

Décio Neves - Tive uma breve passagem pela Rádio Poti, de Natal. Trabalhei por um ano com Evaristo Nogueira. Voltei para Mossoró, para trabalhar na FM 105 que tinha sido inaugurada.

Mídias.com - Como foi o período na FM 105?

Décio Neves - Na FM 105, já tinha uma experiência maior que na FM 94. Na realidade, da FM 105 eu não pedi para sair. Fui demitido por acharem que eu tinha uma comunicação avançada para uma rádio controlada pelo padre Sátiro Cavalcanti. Houve certo conservadorismo. Eu não acho errado em certos aspectos, mas discordo em alguns pontos. Até porque se o meu padrão podia ser ouvido por minha mãe e minhas irmãs, poderia se ouvido por qualquer família.

Mídias.com - Daí foi para Fortaleza?

Décio Neves – Depois de demitido, posteriormente, fui informado que acabei sendo substituído por alguém que não tinha nenhuma experiência no rádio. Uma mulher de um petroleiro, que não tinha experiência, de fora, veio e foi contratada para fazer experiência, em lugar de um profissional de Mossoró, que ficou desempregado. Fiquei desapontado, pois o orgulho ficou ferido. Seria natural se você fosse substituído por um outro profissional, pois o patrão tem esse direito. Mas, achei meio desrespeitoso ser substituído por uma pessoa que não era do setor. Mas tínhamos feito uma viagem para Fortaleza, para conhecer alguns ídolos nossos no rádio, como Fran Silveira, Tony de Sá, Loy Filho, Guilhermando Duarte, Paulinho Leme e outros. Lá visitamos Rádio Tempo FM e soubemos que eles estavam precisando de um locutor. Soubera disso um mês antes da demissão. Quando fui demitido, liguei para Fortaleza.

Mídias.com - Como foi o contato?

Décio Neves - Demitido pela manhã, logo no período da tarde, liguei para Guilhermando Duarte, diretor da FM Tempo, querendo saber se ainda tinha uma vaga. Ele disse que havia a vaga, mas que precisava de um teste. Então, eu disse que ao invés de enviar uma gravação, iria pessoalmente. Fui, e já fiquei empregado.

Mídias.com - Como foi à experiência em Fortaleza?

Décio Neves - Muito rica, apesar da dificuldades que passei, pois cheguei a morar na própria rádio. O que eu tinha era apenas um colchonete e um despertador. Mas foi importante, principalmente, por estar sob a direção de uma pessoa experiente. Foi aí que descobrir que é preciso ter alguém para orientar, que é bom ser dirigido por profissionais.

Mídias.com - Além da FM Tempo, trabalhou em alguma outra emissora?

Décio Neves - Sim. Em Fortaleza, cheguei a gerar um clima desconfortável entre algumas pessoas de lá, que estavam buscando uma primeira oportunidade e não tinham tido ainda.

Mídias.com - Porque motivo?

Décio Neves - Por que sendo uma pessoa de outra cidade, cheguei e pela condição de forasteiro, perturbei algumas pessoas, por conseguir dois espaços. Além da FM Tempo fui contratado pela Rádio Uirapuru AM, que posteriormente, passou a se chamar Record AM, sob a direção do pastor Sérgio Von Helder, aquele pastor que ficou conhecido no Brasil ter chutado a imagem de uma santa na televisão. Essa rádio pertencia a Igreja Universal do Reino de Deus.

Mídias.com - Em seguida voltou para Mossoró?

Décio Neves - É verdade. Para ficar mais próxima de minha família, preferi voltar para Mossoró. Foi aí que Givanildo Silva me deu oportunidade na Rádio Difusora AM. Lá, inicialmente, fui fazer o horário da tarde, em substituição a um comunicador do Seridó, que voltou para Caicó. Eu fazia pela tarde e J. Régis pela manhã.

Mídias.com – Como foi na Rádio Difusora?

Décio Neves - Nesta passagem pela Rádio Difusora foi onde pude vivenciar a maior interação com o ouvinte. A Rádio Difusora tem um grande alcance, uma grande audiência. E isso me marcou muito.

Mídias.com - Como foi trabalhar na campanha eleitoral de Dix-huit Rosado, para prefeito, em 1992?

Décio Neves - O principal fato que lembro, é o texto de Phabiano Santos. E não quero dizer que aquilo fez com que Dix-huit ganhasse a campanha. Mas foi de grande valia. Naquele tempo não tínhamos Internet, televisão. O rádio era muito forte e a produção de Phabiano Santos teve uma força muito grande. Somou-se a isso o nome de Dix-huit Rosado que tinha um apelo muito forte.

Mídias.com - Depois veio oportunidade de trabalha na televisão?

Décio Neves - A televisão foi uma passagem muito rápida. Trabalhei por cerca de seis meses. Foi na TV Ponta Negra. Foi feita uma seleção em Mossoró, e eu, Paulo Wager, Cid Campos, Otoniel Maia, Francisco Costa fomos aprovados. A promessa era de que teríamos a instalação de uma sucursal da TV Ponta Negra, em Mossoró. E isso não se realizou até hoje.

Mídias.com - O que vocês faziam em Mossoró, então?

Décio Neves - Nesse período fui destinado para uma linha de programação. Paulo Wagner e Otoniel Maia foram para o Aqui e Agora. Francisco Costa, para a redação, Cid Campos para reportagens externas em Mossoró. E eu fui destinado a compor a equipe do Jornal do Estado, como apresentador e correspondente de Mossoró. O time era formado por Casciano Arruda, Paulo Tarcísio, Ricardo Rosado, Paulo Câmara, só gente dessa estirpe. Eu era o menorzinho. Fiquei lá por seis meses. Eles me chamavam de Natal, e eu participava como se estivesse em Mossoró. Era gravado lá em Natal.

Mídias.com - Na televisão você ganhava um bom salário?

Décio Neves - Eu queria mesmo era que instalassem a sucursal de Mossoró, pois em Natal, era outra coisa. Todo mundo pensando que você ganhava os tubos de dinheiro, por estar na televisão, mas a realidade era outra.

Mídias.com - Como assim?

Décio Neves - Muitas vezes, quando terminava a gravação, preocupado de perder a condução (ônibus) eu saia da televisão sem tirar a maquiagem. Ai, lá ia pendurado dentro de um ônibus, chacoalhando, todo maquiado, enquanto isso, aqui todo mundo pensando que eu era o cara.

Mídias.com - Da televisão, qual foi o próximo passo?

Décio Neves - Ai, insatisfeito com a televisão, rescindi o contrato. Voltei para Mossoró, e graças a Givanildo Silva e Canindé Queiroz, voltei a trabalhar na assessoria da Prefeitura Municipal, com Dix-huit Rosado. Trabalhei com Edmilson Lucena que era o secretário de Comunicação e com Amâncio Honorato. Aí, gostaria de ressaltar a postura do prefeito Dix-huit Rosado, que sempre que se tratava de algo importante ele me requisitava. Chegamos a presenciar momentos de fragilidade do prefeito. Ainda hoje sou grato a ele, e sempre que venho a Mossoró e vou ao cemitério, que vejo a situação do tumulo dele, considero que pelo que ele representou, deveria se ter um zelo melhor.

Mídias.com - Da Prefeitura de Mossoró, você seguiu para a Polícia Federal?

Décio Neves - Me despedi de Dix-huit, agradeci, pois sabia que não iria voltar, pois fui para o curso de formação. Com 30 dias em Brasília, fui informado da morte dele. Então, estou até hoje na Polícia Federal.

Mídias.com - Como você se sente hoje, como integrante de uma instituição como a Polícia Federal?

Décio Neves - Assim como no rádio, que te dar muita satisfação quando você trabalha numa rádio que tem muita potência, e lhe oferece oportunidade de interação com o ouvinte, altos índices de audiência, da mesma força, com a Polícia Federal, que tem alto índice de aprovação popular por sua atuação, de certa forma nos oferecer muito prazer. Pois dificilmente existe resistência ou discordância ao nosso trabalho. Mas pode melhorar como tudo no Brasil. O que pode melhorar não é a instituição, mas o modelo de investigação do Brasil. Por exemplo, em países como Guatemala, Costa Rica e Brasil prevalecem esse modelo de investigação do inquérito policial. Aqui eu falo como cidadão, em defesa de um modelo de investigação mais produtivo para o Brasil. Se a Polícia Federal já tem o nível de eficiência de que dispõe, imagine se houve um avanço.

Mídias.com - Mesmo distante do rádio, ainda sente saudade?

Décio Neves - Costumo falar duas coisas sobre o rádio. A primeira é que sempre me diverti fazendo por amor algo de que gostava. E continuo dizendo que sou comunicador. Apenas não sou remunerado devido à dedicação exclusiva na condução de servidor público. Mas continuo um comunicador.

FONTE - WWW.NOMENTO.COM

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